Sexta-feira, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher. Para marcar a ocasião, temos uma história real.
Cerca de 800.000 mulheres serviram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra. Muitas lutaram diretamente nas linhas de frente, enquanto outras ficaram no suporte, em divisões tais como as unidades antiaéreas. Mariya Oktyabrskaya, contudo, foi enviada direto para o epicentro da ação.
Sua história parece até ficção. Mariya nasceu em 16 de agosto de 1905 em uma família pobre. Na época, ela era considerada serva, uma palavra chique para escrava. Por ter essa origem, ela apoiou o comunismo, que lhe deu uma educação, dois empregos e até um marido.
Uniões Soviéticas
Em 1925, Mariya casou-se com Ilya Oktyabrskaya, oficial do exército soviético. Foi aí que ela começou a tomar gosto pela vida militar: recebeu treinamento de enfermeira, aprendeu a usar armas e até a pilotar veículos. Ela teria um futuro brilhante como soldado.
Ilya foi morto em agosto de 1941, próximo a Kiev, durante a invasão da frente oriental pela Alemanha nazista. A comunicação era precária naquela época, e Mariya soube da morte dele dois anos depois. Ávida por vingança, ela vendeu todos os seus bens para doar um tanque T-34 ao Exército Vermelho.
Mariya Oktyabrskaya deu duas condições: Primeiro, ela queria batizar o tanque; segundo, ela queria pilotá-lo. Mariya fez esses dois pedidos diretamente a Josef Stalin. Intrigado, e talvez um pouco afetado pelo impacto dessa história, ele aceitou. Mariya teve a sorte de receber um período de treinamento completo com duração de cinco meses, enquanto a maioria dos tanqueiros eram mandados direto para a frente. Ela era motorista e mecânica.
Batismo de fogo
Muitos dos companheiros de Mariya no Exército Vermelho achavam que ela era um truque publicitário e uma ferramenta de propaganda, mas não podiam estar mais errados. Seu tanque, um T-34 chamado "Fighting Girlfriend", foi enviado a Smolensk para destruir a resistência alemã. Durante a batalha, o veículo foi atingido, mas, apesar de ordens contrárias, Mariya saiu do tanque e o consertou. Tudo sob fogo inimigo.
O ocorrido fez ela ganhar o respeito de seus camaradas homens. Além disso, ela ganhou a patente de sargento.
Um mês depois, em Vitebsk, ela atacou posições defensivas, e mais uma vez consertou seu tanque no calor da batalha. O "Fighting Girlfriend" foi incapacitado temporariamente por projéteis de artilharia, mas Mariya seguiu lutando.
Heroína do tanque
Apesar de sua reputação crescente, sua última batalha foi a ofensiva Leningrado-Novgorod. Durante essa campanha, Mariya e sua tripulação do tanque limparam trincheiras, destruíram posições alemãs e até eliminaram uma arma autopropulsada. Quando o "Fighting Girlfriend" foi atingido, e as lagartas precisaram de conserto, Mariya Oktyabrskaya saiu do tanque para consertá-lo. No entanto, desta vez ela foi atingida.
Mariya ficou inconsciente e permaneceu em coma por dois meses. Ela morreu em 15 de março de 1944, mas seu tanque sobreviveu: no caos da batalha, Mariya consertou a lagarta, e o T-34 no fim chegou a Berlim.
A ousada piloto ganhou o título de Heroína da União Soviética por sua bravura. Mariya inspirou milhares de mulheres a irem à luta e contribuírem.
O Fighting Girlfriend T-34 é um veículo jogável na versão de World of Tanks para console.